A autora Eliana Novaes (1992) considera que o fato de muitas professoras serem mulheres contribui, muitas vezes, para a confusão da docência como a segunda mãe ou a tia das crianças. Ela ressalta que esse costume surgiu por volta dos anos de 1950, quando crianças aprenderam a chamar as amigas dos pais de tias, por dificuldade de aprender o nome dessas pessoas. “Tratando-as por ‘tias’ o relacionamento das crianças seria facilitado. A partir daí, o hábito se estendeu às professoras das pré-escolas nos anos de 1960 e, mais tarde, nos anos de 1970, às professoras das escolas do antigo primário” (NOVAES, 1992, p. 127).

No Brasil, é muito comum frequente o uso de “tia” na educação infantil, este termo na verdade tira a professora sua identidade, tanto de pessoa como de profissional. O termo “tia” é considerado como símbolo de afetividade, um momento gostoso entre parentes sem regras, muito divertido, isso gera uma tremenda confusão na cabeça das crianças, no qual podem passar a não respeitar o professor como deveria.

Paulo Freire (1997) em sua obra “Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar”, traz reflexões acerca do papel do educador, seu intuito era que todas as pessoas pudessem refletir e compreender que há diferenças entre tia e professora, e essas diferenças são cabíveis de identificação. Afinal, ensinar exige competências específicas à profissão e ser tia requer uma relação de parentesco.

Leia completo: https://nepegeo.paginas.ufsc.br/files/2018/11/Paulo-Freire-Professora-sim-tia-n%C3%A3o-Cartas-a-quem-ousa-ensinar.pdf

 

Será que é possível? Trocar o “tia” por professora?

A relação entre aluno e professor não muda por causa de um termo, ela é construída com afetividade, são laços construídos no dia a dia, família e professores devem entender qual definitivamente é o seu papel, e que caminham juntas, e não podemos esquecer que nosso aluno e filho é o principal nesta relação, o professor não é um simples cuidador, ele faz muito pelo desenvolvimento da criança,  educação Infantil integra a Educação Básica e a sociedade ainda diferencia as professoras que atuam nos diferentes níveis, entre o infantil e fundamental.

Comigo também não foi diferente, uma vez me perguntaram onde eu  trabalhava e respondi com muito orgulho sou professora, e fui grosseiramente cortada pela resposta – “que profissão mais esquisita limpar cocô de criança…” e já saiu a resposta: – não limpo cocô de criança porque sou da área da musicalização, mas as professoras não estão lá pra isso, elas ajudam as crianças no desenvolvimento, na concentração, atenção, no desenvolvimento motor, são muitas vezes psicólogas, ouvem as crianças e tentam ajuda-las.   Elas não estão lá pra cuidarem e sim pra auxiliar os filhos de outras pessoas, a educação Infantil é o primeiro contato da criança com a experiência escolar e engloba a importante fase da vida entre 2 e 5 anos de idade. Dessa forma, ela propicia o desenvolvimento integral do indivíduo em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social.  porque hoje em dia as famílias não tem mais tempo, e acabam achando mais cômodo deixarem os filhos o dia todo na escola…

Por isso professor cabe a nós valorizarmos essa profissão e mostrar o nosso papel, não somos cuidadores, somos professores!

 

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